sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

MODELO ATUAL DE EDUCAÇÃO PARA NOSSOS FILHOS

 

O tema propõe a existência de um modelo de educação apropriado aos tempos atuais. A primeira pergunta que se coloca é: como se caracterizam os tempos atuais? Os tempos atuais comparados aos tempos passados, talvez mais se caracterizem pela liberdade. A busca da liberdade, a busca do rompimento dos limites, que até então, de certa forma corretamente, foram vistos como cerceadores da liberdade, fatores muito limitantes do crescimento humano.

Mas o que é a verdadeira liberdade? Se a nossa busca pela liberdade é o que caracteriza os tempos atuais, se é a vivência de uma plenitude sem um limitante qualquer, o que é a verdadeira liberdade? Poderíamos considerar a experiência com o trânsito aqui em Brasília que é um exemplo interessante. Aparentemente tolheram a nossa liberdade colocando os "pardais" por todos os cantos da cidade. Mas podemos nos sentir muito mais livres sabendo que obedecemos à lei, que obedecemos a determinados parâmetros que dão mais segurança, do que uma liberdade que permitiria a um louco qualquer andar a 120, 130, 140 km/h, e que poderia, a qualquer momento, tirar a vida e a liberdade e muita coisa preciosa de muita gente em nome daquilo que chamaríamos liberdade. As regras do trânsito são um bom exemplo do que é limite de liberdade. É melhor ter sinais de trânsito ou não ter sinais de trânsito? Me parece que somos muito mais livres quando obedecemos a sinais de trânsito, quando tenho sinal verde ou vermelho, quando tenho faixas, placas, aonde posso criar um ambiente de convívio muito mais harmonioso. Confiança e tranqüilidade: me parece que a existência de leis não estão em oposição a um pensamento de liberdade.

A partir deste exemplo da vida prática do dia-a-dia no trânsito, podemos inferir alguma coisa que a experiência religiosa, a vivência religiosa e a mensagem religiosa trazem há milênios: Que a verdadeira liberdade consiste na observação de leis, preceitos e princípios. Na realidade, tudo aquilo que a religião nos trouxe foi sempre para nos trazer a felicidade. Todas as religiões sempre visaram trazer a verdadeira liberdade através de um processo de auto-conhecimento, através do entendimento da nossa natureza e através desse entendimento, deste conhecimento, nos deram os parâmetros necessários para que possamos viver bem neste dia, com todas as características que este mundo tem. 

A busca desta experiência de nos adequarmos à nossa verdadeira natureza, entendermos a nossa verdadeira natureza, é um elemento essencial do processo de educação. Existe um modelo de educação adequado aos tempos atuais? Sim, existe, e este modelo deve necessariamente obedecer a certos parâmetros e princípios, a certas regras que dizem respeito à real natureza do ser humano. Se a nossa real natureza não é meramente material e física e sim espiritual, há então um caminho, há uma chave, há uma solução para diferentes desafios da humanidade. Se a real natureza do ser humano é espiritual, então a chave destes princípios, a chave destes elementos que vão dar norteamento a este processo ou a esta visão de educação, se encontram na religião.

Bahá'u'lláh em um de Seus escritos, diz o seguinte:

"Considerai o homem como uma mina rica em jóias de inestimável valor. A educação tão somente pode faze-la revelar os seus tesouros e habilitar a humanidade a tirar dela algum benefício."

Se nós somos uma mina rica em jóias de inestimável valor, a primeira coisa que devemos considerar em termos de educação é que cada ser humano tem um potencial inerente. Uma mina já tem o seu potencial, ela não cria mais, não se incrustam numa mina mais tesouros. Ela é o que é: tem uma capacidade natural de oferecer-nos algum benefício. Então, a educação deve considerar cada ser humano como tendo um potencial e algo deve ser feito para revelar este potencial. Ou seja, todos nós temos este potencial, todos nós somos dotados de uma capacidade, de uma riqueza natural e a educação é que deve fazer esta riqueza aflorar. 

Por educação não me refiro só à educação formal. Existem várias espécies de educação: a educação formal e informal, a educação material, a humana e a espiritual, enfim vários elementos do processo de educação que podemos nos referir. Mas quero me concentrar mais na questão da educação como sendo o elemento de conexão entre pais e filhos e como esta conexão é na realidade um processo educativo que normalmente não é visto como tal.

Hoje em dia, infelizmente, nós pais temos uma certa tendência de querer colocar nas mãos da escola o processo de educação dos nossos filhos: "eu trabalho o dia inteiro, tenho muitos afazeres, tenho mais o que fazer na vida, não tenho tempo, não tenho informação, não tenho instrução nesta área, então a escola deve educar o meu filho". Na realidade é esta conexão entre pai e filho que cria a verdadeiro elemento extrator das potencialidades daquela mina. Temos esta missão inicial de oferecer à escola a mina de certa forma já desvendada, dar o mapa da mina e dizer: olha esta é a vida que eu estou lhe entregando, aí estão os tesouros desta mina, agora ajude a lapidar isto, ajude a extrair, a revelar e colocar mais luz sobre estes tesouros. Então, no objetivo da educação como esta conexão entre pais e filhos, estamos buscando um novo modelo, que deve ser o de revelar as perfeições interiores e exteriores que cada criança, adolescente ou jovem tem. 

Este aspecto do objetivo da educação como sendo o de revelar estas perfeições interiores se expressa no seguinte texto de Abdu'l-Bahá:

"Empregai toda a energia para adquirirdes tanto perfeições interiores quanto exteriores, pois o fruto da árvore humana tem sempre sido, e sempre será perfeições internas e externas. O fruto da árvore humana, o resultado da nossa existência é a revelação destas perfeições internas e externas. Não é desejável que um homem seja deixado sem conhecimentos ou habilidades pois será então nada mais do que uma árvore estéril. Assim tanto quanto o permitam vossa capacidade e aptidão deveis adornar a árvore do ser com frutos tais como a sabedoria, o conhecimento, a perfeição espiritual e a fala eloqüente."

Quero me concentrar na perfeição espiritual. A nossa função no processo de educação, na conexão com nossos filhos, deve ser o de exatamente fazer com que eles apresentem frutos em sua existência como sabedoria, conhecimento e percepção espiritual, porque um ser humano que não seja consciente da sua realidade interior, afinal quem será? Em uma Palavra Oculta, Bahá'u'lláh diz: "examina-te a ti mesmo a cada dia pois a morte sem prenúncio poderá te sobrevir e serás instado a prestar contas". Se não conheço a mim mesmo, se não me analiso a cada dia, se não tenho percepção da minha própria realidade, quem sou? Para que sirvo? Só para trabalhar, criar família, perpetuar meu nome? É muito pouco para uma criação tão complexa. É muito pouco nos apegarmos simplesmente à nossa realidade exterior! Os pais vão oferecer à existência humana uma nova criatura, mas uma criatura com percepção espiritual, consciente de sua própria realidade. 

Para que falemos em percepção espiritual devemos reconhecer que esta relação e este modelo de educação, este modelo que dá vida - pois a educação é muito dar vida real a uma criatura, não só a física mas sim a vida na sua plenitude - tem que ter como base a crença e o reconhecimento de algo superior, de algo divino. Ou seja, se eu educar os meus filhos em sabedoria, em conhecimento, em fala eloqüente, se eu colocar eles nas melhores escolas, se eles tiverem acesso ao que há de mais moderno em educação, em treinamento, em informação, e deixo de dar a eles capacidade para esta percepção espiritual, esta compreensão que há algo superior a eles e que existe Alguém que nos deu vida, que trouxe a criação à existência, se eu não baseio este processo no reconhecimento do divino, o processo estaria falho. 

A razão pela qual necessitamos verdadeiramente do reconhecimento do divino, é que sua falta resulta na perda dos valores éticos e morais essenciais à sobrevivência humana. É a própria degradação do ser humano e a negação de sua essência espiritual. O fato de em Brasília terem incendiado um ser humano porque alguns jovens irresponsáveis acharam que poderiam pregar nele uma peça, não reflete somente a perda dos valores éticos e morais mas na realidade reflete a perda do reconhecimento de algo superior, do reconhecimento do divino, a perda do reconhecimento que somos pequenos face à esta existência maior, que é o nosso Criador, face à existência maior que é a própria criação. A perda desta humildade, que não vejo só como um valor moral ou ético mas sim como um valor espiritual, é que está levando às conseqüências do que estamos vivendo. Em um texto sobre a questão da educação, Bahá'u'lláh fala sobre a importância do reconhecimento do divino e da crença no divino dentro deste processo do despertar humano, dentro do processo de educação. Ele diz o seguinte: 

"O que é de suprema importância para as crianças, o que deve preceder a tudo o mais é ensinar-lhes a unidade de Deus e as leis de Deus, pois sem isto não se pode incutir o temor a Deus e sem o temor a Deus surgirão uma infinidade de ações odiosas e abomináveis e serão manifestados sentimentos que transgredirão todos os limites."

Em outro de seus textos, Bahá'u'lláh fala que o ideal seria que nós só conhecêssemos o amor e não o temor. Mas só conhecer o amor exige um grau de evolução espiritual tão grande que o homem ainda não atingiu e daí então a necessidade do conceito de temor. O que é temor? Não é medo. Não temos que ter medo de Deus; não é por medo de punição nem pela esperança de recompensa que eu devo fazer alguma coisa; não é pela expectativa de recompensa pelos meus atos, não é pela esperança do paraíso nem pelo medo do inferno, da punição ou do que quer que seja, que eu devo agir. Então, temor não é medo, mas o receio profundo de desagradar àquele que você ama muito. É o medo da perda do amor: o quão horrível é eu perder o amor de quem eu tanto amo, de quem me deu vida. O receio de perder este amor, o receio deste distanciamento é temor. O temor é o grande freio que precisamos. Se tivéssemos a noção da plenitude do amor, este é tão mais amplo e tão mais profundo que tomados pelo amor nem me passa pela cabeça realizar qualquer ato que desagrade ao nosso Bem-Amado, o objeto do nosso amor. Assim estamos envoltos em um mar de amor. Mas como somos humanos, falhos, falíveis, como erramos, isto faz parte do nosso processo de aprendizado e foi assim que Deus nos criou, falíveis, imperfeitos, mas capazes de almejar e trabalhar rumo a uma perfeição.

Outro dia estava lendo um texto que me tocou muito, onde um psicólogo falava acerca desta síndrome que às vezes temos de sermos o herói, o perfeito, o melhor. Ele falava: que ruim ser o primeiro lugar, você não tem mais nada para galgar, enquanto que o segundo lugar sempre tem ainda espaço para ser um pouco melhor. Acho que se nós tivéssemos nascido perfeitos, se Deus nos tivesse criado à sua imagem e semelhança no que tange à perfeição, que motivação teríamos para fazer qualquer coisa? Rumar em direção a que? Não teríamos nada que nos motivasse. 

Voltando à questão do temor, a nossa imperfeição nos leva a um sentimento de busca de sempre querer agradar àquele que nos é superior, demonstrar o nosso reconhecimento, demonstrar o nosso amor, e o medo da perda deste amor é que nos motiva a não transgredir determinados limites. Mas, se eu não conheço este ser superior e não conheço este amor, que receio teria em transgredir limites? É quando Bahá'u'lláh continua e diz: "os pais devem envidar todos os esforços para levar seus filhos a serem religiosos". Não no sentido da religiosidade dogmática em que obedeço a certos rituais e dogmas e nem entendo muito bem o que estou fazendo. Mas religioso no sentido da ação diária da religião ser o reflexo da minha vida diária e da minha vida diária ser um reflexo da minha religião. Diz Bahá'u'lláh: "Os pais devem envidar todos os seus esforços para levar os seus filhos a serem religiosos, pois, se as crianças não atingirem este que é o maior de todos os ornamentos da vida humana, não obedecerão a seus pais, o que, de certo modo, significa que não obedecerão a Deus. Com efeito, tais crianças não terão consideração por ninguém e farão exatamente o que lhes aprouver."

Aí vem a velha pergunta: "Onde foi que eu errei? O que foi que eu fiz que meu filho não me obedece, virou uma bagunça aqui em casa, cada um faz o que quer, não existe regra, não existe ordem, mas eu sempre fui durão, eu sempre impus lei e ordem. Ele tinha hora para chegar em casa, hora para estudar e, de repente, eu perdi o controle de tudo." Na realidade, você nunca teve o controle sobre nada, porque na realidade nunca houve qualquer noção do que significa obediência, se você não mostrou a seu filho desde pequeno o reconhecimento de que nós somos pequenos, de que somos insignificantes perante a criação, perante Deus. E é o que estamos vendo hoje em dia. Hoje crianças de 2, 3 anos de idade, fazem o que lhes apraz e isto é uma grande verdade. Há crianças hoje que são tão tiranas e os pais ficam absolutamente perdidos, não sabem o que fazer. Na realidade, esta é uma questão de conexão espiritual entre pais e filhos, conexão que poderíamos chamar da educação que dá a vida, que dá sentido, que dá propósito à criança.

Então, na relação dos pais para os filhos, teríamos muitos aspectos e elementos a analisar. O primeiro é a questão do exemplo. Não há melhor forma de educação, melhor processo de se transmitir o que quer que seja do que o exemplo. E isto é uma coisa que merece uma atenção mais aprofundada. O segundo aspecto é a consulta e o diálogo. Se nós reconhecermos em nossos filhos "minas ricas em jóias de inestimável valor", devemos prestar uma atenção muito grande ao que esta mina tem a nos oferecer e dar reconhecimento ao que ela diz, em proveito do seu crescimento, Para interagir com esta mina rica em jóias temos que saber como extrair estas jóias e isto se dá através do exemplo. Não vejo método melhor, mais eficiente, mais coerente, mais adequado do que o próprio exemplo. Este diálogo e este exemplo criam um canal de educação entre pais e filhos que leva ao que poderíamos chamar de uma família que tem um potencial de prosperidade muito grande. Em um dos Seus escritos Abdu'l-Bahá diz:

"Notai, quão facilmente, quando existe unidade em uma dada família, os assuntos desta família são conduzidos; que progresso os membros desta família fazem, como prosperam no mundo. Seus assuntos estão em ordem, desfrutam de conforto e tranqüilidade, têm segurança, sua posição está assegurada, vêm a ser invejados por todos. Tal família, à medida em que os dias se sucedem só crescem em posição e duradoura honra."

Unidade é a palavra! "Quando existe unidade numa dada família". Só se consegue criar unidade quando existe interação, quando existe um livre diálogo entre as partes. Se existe um bloqueio, se existe uma porta fechada, se existe a interrupção do diálogo, se existe a interrupção da consulta, se não existe o reconhecimento desta mina rica em jóias, o que tem a oferecer este novo elemento da família quando começa a expressar o seus pensamentos e opiniões? No momento em que existe esta conectividade a unidade começa a tomar forma. O que o texto acima destaca como conforto e tranqüilidade, não é material, porque o conforto e a tranqüilidade material hoje existem e amanhã podem não existir. Segurança e posição não são o reconhecimento da sociedade, mas de uma estrutura moral solidamente estabelecida, onde qualquer que seja o revés que a vida venha a provocar naquela família, ela tem um elemento que mantém o seu eixo central intacto.

Agora, dos filhos para com os pais, Bahá'u'lláh diz o seguinte:

"Honrai e homenageai vossos pais. Isto motivará bênçãos a caírem sobre vós das nuvens da generosidade de vosso Senhor o Exaltado e Grande. Acautelai-vos a fim de não cometer aquilo que causaria tristeza aos corações de vossos pais e mães. Segui o caminho da verdade, que é um caminho reto."

Bahá'u'lláh continua: "Se alguém vos der a escolha e a oportunidade de prestar um serviço a Mim ou a eles (vossos pais) escolhei servi-los e deixai que tal serviço seja um caminho guiando-vos a Mim.". Nós também temos que mostrar aos nossos filhos que esta estrada tem duas mãos. Que uma das mãos é a nossa missão para com eles, que é a nossa responsabilidade para com eles, mas a outra mão desta estrada é a conexão que eles criam conosco em reconhecimento a isto.

Existe um texto muito bonito de Abdu'l-Bahá em que ele fala que normalmente os pais nunca chegam a ver o resultado final da criação de seus filhos, porque quando alcançamos a nossa verdadeira maturidade é quando normalmente nossos pais já partiram deste mundo. Talvez este texto não venha a ser mais tão válido no futuro quando pudermos alcançar idades mais avançadas, mas por enquanto ainda é uma verdade. Que alegria maior do que podermos prestar aos nossos pais, enquanto vivos, o reconhecimento daquilo que eles fizeram por nós. Isto dá a outra mão desta estrada, cria o outro elemento. Eu colocaria dentro desta relação pais e filhos não só a relação de pai e mãe como exemplos, como elementos facilitadores do contato, do diálogo, como elementos construtores desta unidade na família, como aqueles que vão explorar esta mina e revelar estas jóias, mas também os filhos como geradores de energia, em retorno à energia despendida pelos pais. Acho que não há retorno de energia maior do que nós como pais sentirmos o amor e o reconhecimento de nossos filhos. Isto é o que dá força para continuarmos nossa caminhada. 

Gostaria de terminar então, com um texto que vale para todos nós como pais ou como filhos que somos:

"Por toda parte ouvem-se louvores a belas expressões e admiração a nobres preceitos. Todos os homens dizem que amam o que é bom e odeiam tudo o que é mau! A sinceridade deve ser admirada, ao passo que a mentira é desprezível. A fé é uma virtude e a traição uma desgraça para o homem. É uma coisa abençoada alegrar os corações dos homens e iníquo ser a causa de dor. Ser bom e misericordioso é correto, enquanto que odiar é pecaminoso. A justiça é uma qualidade nobre e a injustiça uma iniquidade. Deve-se ter piedade e a ninguém ofender; deve-se evitar inveja e maldade custe o que custar. A sabedoria é a glória do homem, não a ignorância; a luz, não a escuridão! É uma boa coisa volver-se a face para Deus e insensatez desprezá-Lo. É nosso dever guiar o homem para o alto, e não desencaminhá-lo e ser a causa de sua queda. Há inúmeros exemplos semelhantes.

Mas todas estas expressões são apenas palavras e vemos um pequeno número delas transformado em ação. Ao contrário, percebemos que os homens são impulsionados pela paixão e pelo egoísmo, cada homem pensando apenas naquilo que o possa beneficiar, mesmo que isto signifique a ruína de seu irmão. Todos estão ansiosos por fazer suas fortunas e pouco ou nada cuidam do bem-estar dos outros. Estão interessados em sua própria paz e conforto, enquanto que a condição de seus semelhantes absolutamente não os inquieta.

Infelizmente esta é a estrada que a maioria dos homens percorre.

Mas... não devem(os) ser assim, devem(os) superar esta condição. As ações devem significar mais... do que as palavras. Por (nossas) ações devem(os) ser misericordiosos e não simplesmente por meio de... palavras. Em todos os momentos, devem(os) confirmar por meio de (nossas) ações o que proclamam(os) em palavras."

Se estas palavras de Abdu'l-Bahá forem o elemento norteador do relacionamento entre pais e filhos, estaremos no rumo certo. Pois as crianças, já em tenra idade são espertas, tem uma sagacidade muito impressionante. Detectam em qualquer momento qualquer sinal de incoerência de discurso e ação. Por mais que nós digamos "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" elas dirão "Eu não vou fazer o que você diz, porque o que você expressa palavras e não consegue realizar. Porque deveria eu me esforçar e me encher com uma carga de sentimento de culpa e incapacidade, se eu não fiz o que você dizia? Vou fazer o que você faz!" 

A grande escola na realidade é a escola das ações. Se conjugarmos estas diferentes etapas deste processo educativo, acho que conseguiremos propor um novo modelo de relacionamento entre pais e filhos, um novo modelo aonde esta educação não exista como uma coisa de cima para baixo, sentida como uma prepotência de pais que só admoestam e não instruem seus filhos, mas de aprendizes que caminham juntos.


PENSAMENTOS DE BAHÁ'U'LLAH

Sê generoso na prosperidade e grato no infortúnio. 

Sê digno da confiança de teu próximo e dirige-lhe um olhar afetuoso e acolhedor. 

Sê um tesouro para o pobre, advertência ao rico, resposta ao clamor do necessitado, guarda fiel da santidade de tua promessa. 

Sê reto no teu julgamento e discreto nas tuas palavras.

Com ninguém sejas injusto e a todos mostrai brandura. 

Sê como lâmpada para os que caminham nas trevas, alegria para o triste, água para o sedento, refúgio ao abatido, sustentáculo e defesa da vítima da opressão. Integridade e retidão sejam a divisa de todos os teus atos. 

Sê lar para o forasteiro, bálsamo para o sofredor, fortaleza para o perseguido. 

Sê olhos para os cegos e farol para os pés dos desencaminhados. 

Na face da verdade, sê adorno; coroa, na fronte da fidelidade; coluna no templo da retidão; sopro de vida, no corpo da humanidade; emblema dos que buscam a justiça; estrela sobre o horizonte da virtude; orvalho no solo do coração; arca no oceano do conhecimento; sol no céu da generosidade; jóia no diadema da sabedoria; luz radiante no firmamento de tua geração; fruto na árvore da humanidade.

Educação não é mero conhecimento, é ação ....

 EDUCAÇÃO ESPIRITUAL & VALORES HUMANOS

"Educação não é mero conhecimento, é ação. Significa a prática de valores humanos na vida diária, e não são apenas as palavras: Verdade, Retidão, Paz,Amor e Não-Violência. É preciso haver perfeita harmonia entre pensamento,palavra e ação. Deve haver unidade entre coração, cabeça e mãos: estes sãoos verdadeiros Valores Humanos."
Sathya Sai Baba
Qual é a necessidade primordial de uma criança? Se sentir segura, amada e amparada, para crescer acreditando no mundo e em si mesma. Mas, e se o mundo dos adultos à sua volta está incoerente e confuso? Então, a criança deve ser levada a perceber o mundo interior que existe dentro de si mesma. E lá aprender a encontrar amparo, segurança, conforto e amor. Assim as crianças compreendem que apesar do caos reinante da nossa sociedade, existe todo um mundo sutil que sustenta e ampara o plano físico, uma ordem universal, onde o amor flui de diversas formas. O ensino da espiritualidade, através dos valores universais, utilizando-se de meios criativos e construtivos, onde o respeito às diversas origens religiosas seja a tônica principal, pode levar a criança à expressão máxima de sua verdadeira natureza. “É preciso que haja perfeita harmonia entre pensamento, palavra e ação”, salienta Sathya Sai Baba, idealizador de um dos maiores movimentos de educação em valores humanos no mundo.
Estimulando os verdadeiros valores da humanidade na educação, a criança reconhece esses valores em si mesma e compreende as mais profundas leis que regem o ser humano e o Universo, pois esses valores se encontram inerentes (em estado latente) na alma de todos nós.
A tarefa do educador atual é o despertar desses valores. Chegou o momento de todos juntos, adultos e crianças, acreditarem no potencial humano de amor, paz, fraternidade, não-violência, confiança, entre outros, confiando que o mundo pode ser transformado a partir do desenvolvimento da consciência de cada um, e desta forma, participarem do nascimento da nova sociedade.

Fonte : http://omnisciencia.websiteseguro.com

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010