quarta-feira, 24 de março de 2010

Matéria na revista Carta Capital sobre a Fé Bahá'í, com enfoque no trabalho educacional

A Carta Capital desta semana traz uma matéria sobre a Fé Bahá'í, com enfoque no trabalho educacional realizado pela Associação Monte Carmelo, em Porto Feliz, SP.  Por coincidência, esta edição está disponível em formato digital, gratuitamente, até o dia 27 de abril.  Vejam no link abaixo.  A materia está na página 10-11.
Boa leitura!

domingo, 14 de março de 2010

EDUCAÇÃO e PAZ MUNDIAL


Na busca de meios eficientes para estabelecer e manter a paz, a educação tem sido muito subestimada e, conseqüentemente, pouco utilizada. Na verdade, é tão somente a distância de um fio de cabelo que hoje separa a humanidade de um holocausto atômico que alertou os povos em geral ao engano terrível que foi cometido, deixando de educar as últimas três gerações para uma finalidade de paz e compreensão, em vez da guerra e agressão. Desta forma, por uma necessidade imperiosa, a educação para a paz está a ser lentamente implantada nos currículos das escolas primárias e secundárias, e também em algumas universidades do mundo. A Educação para a paz pode ser vista não somente como uma arma poderosa na batalha contra o desastre iminente, como também, e mais importante ainda, como a maior força para que possamos manter a paz, uma vez estabelecida. Até à presente data, a maioria das pessoas simplesmente jamais recebeu educação material, social ou espiritual com vista à construção de um mundo de paz. Os nossos brinquedos, livros e materiais didático, os nossos heróis e modelos de vida são valorizados pela sua força e não pela sua compaixão, pelo seu machismo e não pela sua humanidade, pelo seu valor de mercado e não pela contribuição que podem trazer à felicidade e desenvolvimento de uma coletividade. As pesquisas mostram que muitos de nós, seres humanos, nem conseguimos imaginar como seria um mundo de paz, as nossas cabeças estão cheias de imagens de conflito, temor e guerras.
Na primeira década deste século, ´Abdu´l-Bahá, o filho de Bahá´u´lláh, falou, durante suas viagens ao Ocidente, que a paz universal era o maior problema enfrentado pela humanidade e que cada indivíduo deve combater até os pensamentos de guerra.
"Hoje o problema mais importante nos assuntos do mundo da humanidade é a questão da paz universal, que é o maior meio de contribuir à própria vida e felicidade da humanidade. Sem essa realidade mais luminosa, é impossível que a humanidade atinja o conforto real e a proficiência. Antes, sofrerá, cada dia, alguma desavença e tragédia..."
Abdu´l-Bahá
Ele também indicou como devemos educar as crianças, no que diz respeito à paz:"Semeia nas mentes malháveis das crianças as sementes da paz, ensina-lhes as vitórias da paz. Cerca-as com lições de paz. Envolve as com a atmosfera da paz e inspira seus corações com as realizações da paz. Permite que seu alimento seja a paz, sua contemplação a paz, sua aspiração máxima a paz e o propósito movedor de suas vidas a paz.”
Abdu´l-Bahá


Alguns Princípios Sociais Bahá'is.
Bahá´u´lláh e ´Abdu´l-Bahá destacam diversos princípios sociais com referência específica à realização e manutenção da paz mundial. Entre eles, os seguintes:
Perspectiva mundial Eliminação das guerras e redução de armamentos Participação plena das mulheres na sociedade Eliminação dos preconceitos raciais, regionais, nacionais e religiosos Idioma auxiliar universal Paz entre os indivíduos.
As pessoas podem ser educadas para serem mais cooperativas, tomarem decisões morais mais elevadas, valorizarem e apreciarem culturas e povos diferentes do seu, diminuírem o número de conflitos e adquirirem uma perspectiva mundial, em vez de permanecerem limitadas às visões locais, regionais ou nacionais.
Uma visão real do mundo físico é uma imagem nova para a humanidade. As fotografias do planeta Terra, tiradas do espaço, retratam o nosso globo verde e azul, sem nenhuma fronteira ou divisão artificial. A nossa perspectiva socioeconômica também deve espelhar este grau de unidade. O ex-astronauta Edgar Mitchell explica-nos o efeito desta visão global, nas seguintes palavras:
"Nenhum homem que eu conheça, foi até à lua e voltou sem ter sido afetado de uma maneira muito semelhante. É o que eu prefiro chamar de consciência global instantânea. Cada homem volta com um sentimento que ele não é apenas um cidadão norte-americano; ele é um cidadão planetário. Ele não gosta da forma que as coisas estão, e quer melhorar a situação..."
Um estudo dos mapas, documentos históricos e representações da terra, apresentam uma visão cada vez mais ampla e exata do globo terrestre. As crianças também têm uma visão do mundo que se forma gradativamente. Mas através dos meios de comunicação em massa, em poucos anos a sua visão do mundo físico completa-se. Entre os 7 e 9 anos de idade também a visão social é alcançada. Até ao final da sua adolescência as crianças já criaram um forte conceito de "nós" e os "outros". Elas fixam sua identidade racial, étnica e nacional. Se os modelos e conceitos que lhes são apresentados forem limitados e restritos, a sua visão também o será. Mas se os modelos e conceitos forem ampliados e abrangentes, da mesma forma será também o seu modo de pensar. Para nutrir o desenvolvimento da perspectiva global, desde o início a criança deve ter múltiplos contactos com pessoas das mais diversas raças e nacionalidades.
Bem cedo deve a criança perceber a beleza e unidade que existem na família humana, pois a falta deste reconhecimento, ou seja, os pensamentos e comportamentos preconceituosos, é uma das principais causas das guerras.
Os pais devem escolher os brinquedos e a literatura infantil que reflitam a beleza e a diversidade da raça humana, e que despertem nas crianças sentimentos universalistas. Ao ver outro país na televisão, ou ao encontrar-se com pessoas provenientes de outros países, os adultos devem manifestar de viva voz seu prazer por isso, mostrando, também, um amplo espírito hospitaleiro. Assim começa a educação universal

"Que não se vanglorie quem ama o seu próprio país, mas quem ama o mundo inteiro. A terra é um só país e a humanidade os seus cidadãos."
Bahá'u'lláh